terça-feira, 1 de outubro de 2013

Varejo de material de construção deve faturar R$ 119 bilhões em 2013


Fonte: IBOPE

O crescimento da oferta de crédito para o setor imobiliário aliado ao aumento real da renda do trabalhador brasileiro nos últimos anos levou o faturamento do varejo de material de construção a apresentar resultados acima da média. Entre 2007 e 2013, esse setor cresceu 153%, ficando acima do aumento nominal do Produto Interno Bruto (PIB) (70% no mesmo período). 

Neste ano, a estimativa do IBOPE Inteligência é que o setor irá disputar um mercado potencial de R$ 119,2 bilhões.  


O segmento da população que representa o maior volume de consumo e vendas para o setor é a classe B. De acordo com o Pyxis Consumo, ferramenta de dimensionamento de mercado do IBOPE Inteligência, as famílias dessa classe serão responsáveis por 41% do faturamento do setor, o que representa R$ 49 bilhões. Essas famílias têm renda média mensal de R$ 3.900 e representam 25% do total de domicílios urbanos do país.


Para atender esse mercado, o varejo de material de construção conta atualmente com 138 mil estabelecimentos comerciais, segundo a Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE), dos quais a maioria (61%) é de pequenos estabelecimentos com quatro funcionários ou menos. “Isso mostra quão pulverizado ainda é esse setor”, diz a diretora de geonegócios do IBOPE Inteligência, Márcia Sola.

Por região, a maior parte do mercado varejista de material de construção está no Sudeste, que concentra 51% do potencial de consumo do país (R$ 61,3 bilhões) e 49% dos estabelecimentos comerciais. Além de ser um mercado de volume, também é um mercado qualificado, onde a renda média das famílias é 17% superior à média nacional. “Não por acaso, é nesta região que estão instaladas a maior parte das lojas no formato home center existentes no país”, afirma Márcia Sola.


Já o Centro-Oeste é um mercado promissor para o setor. É a região onde o perfil de renda da população é o mais alto do Brasil e que apresenta a maior taxa de crescimento de novos domicílios do país, além de ser um mercado de média concorrência, onde a relação entre demanda e oferta está próxima da média nacional. Porém, do ponto de vista de volume, a região central do país ainda é um mercado de pequeno porte, já que somente 9% do potencial de consumo (R$ 10,7 bilhões) para material de construção do país provêm dessa região.

Na região Sul, que possui um potencial de consumo para material de construção de R$ 21 bilhões, o mercado é caracterizado por uma forte concorrência. São 27 mil estabelecimentos comerciais, o que resulta em uma produtividade de R$ 781 mil para cada loja, valor 10% abaixo da média nacional, de R$ 864 mil para cada estabelecimento.


As regiões Norte e Nordeste contam com uma população de 70 milhões de habitantes (36% da população do país), mas possuem apenas 22% do potencial de consumo de material de construção. “É um mercado em desenvolvimento, com muito espaço para crescimento, mas que ainda apresenta mais oportunidades para  produtos que têm foco no consumidor de baixa renda”, lembra a diretora do IBOPE Inteligência.


Apesar dos bons resultados, o setor ainda apresenta alguns desafios, como a profissionalização das empresas desse mercado. “Há alguns anos havia a expectativa de que o varejo de material de construção seguisse os passos do ramo supermercadista, passando por um processo de profissionalização que resultaria no surgimento de grandes operadores de atuação nacional. Isso não aconteceu e o mercado ainda é dominado por pequenas empresas, das quais muitas ainda operam na informalidade”, lembra Márcia Sola.

O potencial de consumo citado neste material refere-se apenas ao consumo domiciliar, ou seja, às compras de pessoa física junto a varejistas do ramo e inclui compra de tintas e acessórios para pintura, material elétrico, material hidráulico, material básico, ferragens, madeiras, esquadrias, portas e batentes, pisos e revestimentos, metais para banheiro, luminárias e outros produtos para construção e reforma. 

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