quarta-feira, 1 de abril de 2015

7 dicas para seu negócio ser bem visto pelos bancos

Fonte: EXAME

Os bancos não querem me emprestar dinheiro. O que está faltando? Para melhor conceituar a pergunta, vamos admitir que estamos falando de empreendedores que estão iniciando seus negócios do zero ou que necessitam recorrer aos bancos para um novo recurso para ampliação, investimento em máquinas ou equipamentos, ou até mesmo uma pequena aquisição para impulsionar seu crescimento no mundo dos negócios.


Ser bem visto por bancos para construir seu crédito não tem muitos segredos, mas sim disciplina e organização, pois já se foi o tempo de ser amigo do gerente para conseguir algum tipo de capital de giro, como no tempo de nossos pais. Abaixo estão alguns itens que, combinados, poderão permitir atingir os objetivos:

1. Plano de Negócios consistente

Apresentar um bom Plano de Negócios, com ideias racionais e sustentáveis sobre rentabilidade ajuda muito, pois será um bom instrumento para comprovar que o negócio foi amplamente estudado, simulado e que, estando alinhado a estratégia da empresa, será uma grande ferramenta de auxílio à gestão do negócio. Pesquisas de mercado e opinião de consultores também contribuem para determinar as premissas deste Plano.

2. Idoneidade dos Sócios e Caráter

Em crédito, o conceito de “caráter pessoal” é muito forte, pois determina como se comportam as pessoas nos momentos de crise, onde a conduta e a postura moral são fundamentais. Nenhum negócio bom deu certo com pessoas ruins. Do ponto de vista da idoneidade, atualmente os bancos recorrem a diversos serviços de proteção ao crédito, como Serasa e outros, que são ferramentas bastante eficientes na verificação do histórico de CPFs e CNPJs.

Manter seu histórico de crédito positivo vai ser determinante neste processo. Infelizmente nosso país ainda não avançou na implantação dos cadastros positivos de crédito, que funcionam muito bem nas economias modernas, e por isso pagamos o preço de uma economia emergente que valoriza o cadastro negativo.

3. Governança

Independentemente do tamanho do negócio, critérios mínimos de governança são bem vistos e, se bem demonstrados, auxiliam na construção do conceito e intenções da empresa.

4. Integridade Fiscal

O mundo mudou! Já se foi o tempo de estruturas paralelas. Isto impedirá sua empresa de crescer, além de ser mal visto pelos bancos, pois é difícil mensurar pelo empirismo dos números. Seu negócio só é viável se suportar carga fiscal de frente.

5. Contabilidade e Auditoria

Não é o tamanho do negócio que faz uma empresa ser mais ou menos transparente. Entendo que, mais exigente que o banco, o próprio sócio deve buscar uma contabilidade em tempo real, que reflita a verdadeira situação da empresa, pois ele que corre o maior risco por ser o investidor principal.

Tendo isto em ordem, uma oportunidade de fusão ou aquisição será muito facilitada, bem como o entendimento da performance da empresa pelos analistas de crédito. Bancos gostam de informações como: balanços, balancetes recentes, fluxo de caixa, relação de ativos e passivos, quadro de obras, relação de frota, passivo bancário aberto por banco, modalidade, prazo, etc. Quando possível investir em uma auditoria externa, será de grande valia.

6. Estratégia da Empresa

Ter um Planejamento Estratégico consistente e bem definido, que possa ser apresentada com alguma formalidade, abordando uma visão de curto, médio e longo prazo, também auxiliará na construção deste crédito.

7. Volume e Estrutura de Funding e Garantias

Por último e não menos importante, é necessário ter pré-definido que volume está se buscando para “fundear” o negócio, com preço, prazo e modalidade. As garantias ou colaterais também são determinantes para a avaliação pelo banco. Muitas vezes, nem tanto pelo valor financeiro, mas sim por demonstrar o quanto o sócio/investidor que está solicitando crédito acredita que aquele é um negócio viável. Afinal, ele está empenhando seu patrimônio pessoal, construído com suor ao longo da vida.

As dicas acima, embora simples, deixarão a empresa preparada não somente para a relação com bancos, mas para as demais estruturas de funding que se desenvolveram ao longo dos últimos anos nos países desenvolvidos e que crescem numa rápida velocidade no Brasil, como os private equity, investidores anjo, venture capital, e até mesmo família e amigos.

Boa sorte!

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