Escrito por Carlos Felipe Zirbe
Os últimos anos têm demonstrado uma grande mudança na forma como os varejistas percebem soluções móveis e sua disposição em participar deste relativamente novo mundo. Os pioneiros já implantaram sites adequados para serem vistos em telas pequenas, como as dos smartphones. As forças de vendas de campo já contam com recursos que lhes permitem conectar-se remotamente aos servidores de sua empresa, obter informações e colocar pedidos de compra.
Colaboradores de chão de loja já contam com a ajuda de PDAs (computadores de mão) para melhor servirem seus clientes e executarem suas tarefas operacionais mais rapidamente e com melhor qualidade. Porém, tudo isso é cada vez mais considerado apenas o padrão, não mais contribuindo para compor um diferencial competitivo.
Por isso, uma nova onda de soluções móveis está chegando e promete mudar a forma como fazemos a maioria das coisas, seja no trabalho ou em nossas casas. Para os varejistas, esta nova onda de aplicações para a mobilidade pode ser dividida em duas categorias principais: orientadas ao consumidor ou ao colaborador de loja.
As aplicações para os clientes funcionarão na nova geração de sistemas operacionais para smartphones, como o Android, iOS (Apple iPhone e iPad) e Windows Phone Series 7. Estas aplicações serão capazes de falar e trocar informações com outros aparelhos na casa do consumidor, como a televisão e o carro.
Passeios ao supermercado já não implicarão em longas caminhadas por corredores intermináveis, a procura de um artigo específico que parece estar escondido em algum lugar. Os telefones dirão aos clientes onde encontrá-lo. E nada de empurrar um carrinho, bastará ler com a câmera do telefone o código de barras dos produtos e apresentá-lo no caixa; o próprio supermercado se encarregará de recolhê-los e entregá-los na casa dos consumidores.
Por outro lado, os clientes nem mesmo precisarão ir ao supermercado, se não quiserem. Seus telefones e suas geladeiras poderão fazer o pedido por eles, automaticamente. Além disso, os próprios produtos irão interagir com os telefones celulares, fornecendo-lhes informações detalhadas, promoções relacionadas, sugestões de itens complementares e até mesmo comentários postados por outros clientes.
Finalmente, a nova geração de telefones com suporte a chips NFC será utilizada como meio de pagamento, de forma que os clientes não precisarão sequer carregar consigo uma carteira tradicional.
Do outro lado do espectro da mobilidade no varejo estão as aplicações orientadas aos colaboradores de loja. Este tipo especial de aplicativos já oferece aos varejistas uma maneira de automatizar as mais trabalhosas tarefas manuais. Aqueles que atualmente não possuem uma solução de mobilidade de chão de loja estão atrasados e provavelmente não serão capazes de acompanhar a nova onda de soluções móveis.
Esta nova onda irá cruzar as atuais fronteiras das simples aplicações de inventário e de auditoria de preços e conseguirá levar inteligência para o chão da loja. Afinal, para aumentar a receita é necessário, por exemplo, saber de antemão quando um determinado item estará fora de estoque e agir proativamente para reabastecer as prateleiras.
Para reduzir as perdas, os varejistas precisam saber com antecedência quando um item perecível está perto de sua data de vencimento e agir para vendê-lo o mais rápido possível, seja pela redução de seu preço no ato ou pela simples pela reorganização dos artigos na gôndola.
Para melhor servir os clientes será cada vez mais necessário ter um conhecimento profundo de cada produto do mix, pois eles exigirão informações detalhadas e de qualidade para tomar suas decisões de compra. Inteligência, informações contextualizadas, conectividade e interoperabilidade serão a chave do negócio.
A mobilidade é hoje uma realidade. Os varejistas devem adotá-la como uma oportunidade para vender mais e gastar menos. Os que não o fizerem, irão lentamente, mas certamente, cair na irrelevância.
* Carlos Felipe Zirbes, executivo de vendas da Tlantic.
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