Escrito por Ticiana Werneck |
Ele se referia ao eterno litígio entre os dois pólos do varejo atual: virtual e físico. “O e-commerce é imbatível em conveniência. A loja é imbatível em envolvimento e apelos sensoriais”, resumiu. E as duas podem agregar valor uma à outra ininterruptamente. Em seguida, Alves Lima listou uma série de referências internacionais que provam isso, como a lanchonete novaiorquina 4Food, que possui um totem em seu interior que publica os tweets dos consumidores que visitam a loja naquele momento. A ação promove a integração entre as pessoas presentes e dá cupons de desconto e brindes aos twitteiros. Ele também citou a iniciativa da loja Diesel em Madri, que modificou seu provador incluindo uma câmera e acesso ao Facebook, onde os consumidores podiam postar suas fotos com as roupas e receber comentários dos amigos. “Antes a tecnologia era um adereço, parecia invasiva, sem propósito. Hoje, ela está tão adaptada e integrada ao meio que sua presença é quase invisível”, comenta. A iniciativa da Sephora disponibiliza iPads no PDV em que a consumidora interage com diversas informações. Numa delas, ela pode checar a sequência para realizar um penteado e na última tela acessar a lista de itens que precisa comprar (pela web ou na loja) para executar tudo. Para ele, a inovação é inerente ao varejo, “a destruição criativa dá lugar ao novo”. Como levar inovação a empresas conservadoras? “Usando a psicoporrada”, ironizou. O economista Ricardo Amorim também subiu ao palco e deu sua visão sobre o atual cenário. "O Brasil está praticamente condenado a dar certo. Se não remar, o barco vai sozinho", brincou. “A gente se acostumou a ver o Brasil dar errado. Agora que deu certo, que chegou a nossa vez, não conseguimos acreditar e pensamos: quando vai dar errado de novo?”. Brincadeiras à parte, ele explicou alguns fatores que culminaram nesse desfecho, no qual o varejo é um dos principais beneficiados. “Estamos assistindo a reversão da fuga de cérebros. Os brasileiros que trabalhavam fora estão voltando e trazendo consigo o conhecimento que adquiriram”, disse ele que se enquadra nesse aspecto e há três anos voltou para o Brasil. E não são só os brasileiros que querem trabalhar aqui. Pesquisa feita com estudantes de Harvard perguntou onde eles gostariam de trabalhar. Os três primeiros destinos foram China, Índia e Brasil. Antes, quando era anunciada uma aquisição entre uma empresa brasileira e outra estrangeira, era claro quem havia comprado quem. Hoje não, haja vista as recentes movimentações da Ambev, 3G e Grupo Friboi, que compraram respectivamente, Budweiser, Burger King e Swift. Para o varejo as oportunidades são imensas, principalmente movidas pela oferta de crédito. E ele é categórico: “não há bolha de crédito no Brasil”. O enriquecimento do interior do País, assim como das regiões Norte e Nordeste; a ascensão de classe social de 55 milhões de brasileiros ex-pobres; e nosso enorme contingente de jovens trabalhadores são alguns motivos citados por ele para explicar porque “é difícil o Brasil dar errado agora, para isso acontecer tem que se esforçar bastante”. Ele fechou sua bem-humorada apresentação com outro dado otimista: “Se tudo continuar igual, daqui a 15 anos teremos uma melhor distribuição de renda que os Estados Unidos”. Essa é a quinta edição do Inspiração, evento de inovação e design estratégico para o varejo, idealizado pela FAL e J2B. Fonte: NoVarejo |
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Varejo virtual e físico de mãos dadas
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