Dirigentes do Sebrae Nacional, Sebrae/SC, Sebrae/RS e Sebrae/PR conheceram na manhã do dia 20, o “Projeto Nova Rua Riachuelo - A Rua do Reciclar, do Reinventar e do Reencantar", uma iniciativa pioneira do Sebrae/PR, Sistema Fecomércio-SESC-SENAC/PR e Prefeitura de Curitiba.
A apresentação das fases da proposta de revitalização do entorno do Paço da Liberdade SESC-Paraná, área próxima ao centro histórico da capital paranaense, onde se localiza a Rua Riachuelo, ocorreu durante o III Encontro de Administração e Finanças do Sebrae na Região Sul.
Participaram da apresentação do Projeto Nova Rua Riachuelo e de uma visita técnica in loco, os diretores de Administração e Finanças do Sebrae/RS, do Sebrae/SC e do Sebrae Nacional, Marcelo de Oliveira Ribas, Sérgio Fernandes Cardoso e José Cláudio dos Santos, respectivamente.
Após assistirem a apresentação da consultora e gestora da proposta de revitalização, Walderes Bello, os diretores percorreram a Riachuelo, que tem extensão de cinco quadras, e abriga lojistas que comercializam roupas, móveis novos e usados, alimentos e outros produtos.
Walderes Bello explicou que a revitalização vem sendo desenvolvida há mais de três anos. Segundo ela, o Projeto é referência no Paraná e no Brasil. A consultora atribui às parcerias uma das razões do sucesso da ideia, destacando o apoio do Banco do Brasil - que disponibilizou linhas de financiamento aos empreendedores - e da empresa Tintas Coral - que doou tintas para pintura dos imóveis.
A revitalização da região ganhou vazão, após o processo de restauração do antigo Paço Municipal, prédio histórico hoje chamado Paço da Liberdade, local que abriga um complexo cultural e educacional. O prédio que abrigou a sede da Prefeitura foi totalmente recuperado, pela Prefeitura e pelo Sistema Fecomércio/PR. O Sebrae/PR entrou na parceria, com o desafio de recuperar a força comercial da região.
“Desde então, o Sebrae/PR vem atuando na qualificação dos comerciantes da região. Percebemos a necessidade de valorização imobiliária e de uma proposta que possibilitasse maior circulação de pessoas e estimulasse novos hábitos de compra. Partindo dessas premissas, o projeto vem resgatando a importância comercial que a região ocupou no passado”, contou.
Para dar sequência à revitalização da Riachuelo, foi realizado um diagnóstico que levantou dados sobre o censo empresarial, inventário de produtos turísticos, pesquisa com turistas e com consumidores. O comércio foi qualificado em três níveis: bom (10% dos empreendimentos avaliados), médio (60%) e regular (30%).
Descobriu-se que 82% dos empresários são donos dos imóveis que sediam os negócios e que têm idade média de 41 anos. O tempo médio de existência dos estabelecimentos da Rua Riachuelo é 17 anos.
As três entidades realizaram estudo e identificaram quatro eixos para investimentos empresariais. A Riachuelo foi identificada como eixo “Conceito” (de revitalização, reutilização); a Barão do Cerro Azul, como eixo “Serviços Especializados”; as Praças Tiradentes e Generoso, como eixo “Turístico, Histórico e Arquitetônico”; e a São Francisco, como eixo “Gastronômico”.
Para mobilizar os comerciantes, para a necessidade de contribuir para a melhoria da localidade, foram realizadas reuniões e todo um esforço de convencimento, além da criação de materiais de divulgação como uma logomarca, banners, camisetas, sacolas e o conceito de reciclagem.
“Promovemos uma feira de mobilização e estimulamos mudanças de hábitos como deixar de estacionar veículos na calçada e de transformá-la em expositora de produtos, bem como, não realizar lavagem de móveis usados recém-adquiridos no local”, refletiu.
Trabalho conjunto
O diretor de Gestão e Produção do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, lembrou, durante o encontro, que o projeto de revitalização vem sendo replicado pela entidade em outras cidades do Paraná. “Propostas de revitalização de espaços comerciais, em Castro, Francisco Beltrão, Marechal Cândido Rondon, Maringá e Londrina, também estão em curso. Além da mudança visual, a ideia é que o projeto desperte novas oportunidades de negócios e que venham atreladas ao conceito de reinvenção”, destacou.
O diretor de Planejamento do Sistema Fecomércio/PR, Dieter Lengning, também considera que o sucesso da iniciativa se deve à parceria bem-sucedida entre as entidades. “Se o trabalho fosse uma proposta isolada, não teríamos chegado a esse resultado. O fato do Paço da Liberdade servir como âncora local, despertou o interesse dos outros setores. No início, havia um ceticismo grande por parte dos empresários. Hoje, vemos que houve uma revolução”, realçou.
O gerente da Regional Centro-Sul do Sebrae/PR, José Ricardo Castelo Campos, destacou, durante a apresentação, que o grande desafio do projeto de revitalização foi mudar a cultura empresarial dos empreendedores da Riachuelo. “Foi um desafio conscientizar alguns empresários sobre a necessidade de aprimoramento na gestão de seus negócios. É um trabalho pioneiro e, certamente, muitas outras fases poderão vir e se somar a essa inicial”, assinala.
José Cláudio dos Santos, diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, avaliou a iniciativa como positiva e acredita que após essa primeira fase de reorganização é preciso apostar em inovação. “Acredito que um bom exemplo a ser seguido é o que ocorre em países como Itália, onde as ruas que dão acesso ao centro histórico da cidade, são trabalhadas agressivamente, com mecanismos de apelo, com aplicação dos principais conceitos e características da Economia da Experiência”, aconselhou.
Ainda de acordo com o diretor do Sebrae Nacional, “quem vier a Curitiba, terá que desejar passar pela Rua Riachuelo a as outras incluídas no projeto. Numa segunda etapa, poderia se pensar até mesmo na existência de comércios com funcionamento 24 horas nessa região”, analisou José Cláudio dos Santos.
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