As vendas do varejo brasileiro tiveram no mês de abril um crescimento de 10% na comparação com o mesmo período de 2010, de acordo com informações divulgadas pelo IBGE em sua Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).O desempenho bastante acima da alta de 4% apresentada em março. Nos primeiros quatro meses de 2011, o varejo apresenta uma expansão de 7,6%, enquanto nos últimos 12 meses o crescimento é de 9,5% (mesmo índice de março).
“As vendas do varejo voltaram a crescer em abril, impulsionadas pelo aumento da confiança dos consumidores e pela Páscoa, que puxou principalmente o setor de alimentos”, analisa Luiz Goes, sócio-sênior e diretor da GS&MD – Gouvêa de Souza, empresa de consultoria especializada em varejo.
O desempenho do varejo brasileiro continua bem acima das principais economias mundiais. Na Zona do Euro, por exemplo, o crescimento em abril foi de 1,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já nos Estados Unidos o avanço foi de 14,4% em abril, mas sobre uma base de comparação extremamente deprimida, uma vez que o mercado americano sofreu fortemente os efeitos da crise financeira global.
Considerando o Varejo Ampliado (que também envolve automóveis e materiais de construção), as vendas subiram 11,8%, contra uma queda de 2,7% em março. “Vale destacar o crescimento consistente do setor de materiais de construção, que avançou 9,5%, contra 6,2% em março. As vendas de automóveis foram impactadas pelo efeito calendário: abril de 2010 foi o primeiro mês sem a isenção de IPI para o setor, o que derrubou as vendas e fez com que a base de comparação fosse mais fraca”, analisa Goes.
Nos setores de bens semiduráveis, a expansão da massa salarial, decorrente do crescimento econômico, garantiu uma alta moderada das vendas. Em artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, por exemplo, houve alta de 10% em abril, contra 5,5% em março, interrompendo um processo de desaceleração do setor. Já tecidos, vestuário e calçados fecharam abril com avanço de apenas 1,7%, contra 5,6%, 14,2% e 9,8% nos três meses anteriores; e acumulam nos últimos 12 meses um crescimento de 9,5%. “Este ano começou mais forte que 2010 para o setor de vestuário, alavancado pelas promoções realizadas pelos varejistas. Aos poucos, o setor vem reduzindo seu ritmo. Em abril, o atraso do frio no Sudeste e as chuvas no Nordeste ainda prejudicaram as vendas”, afirma.
O segmento de supermercados, hipermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo retomou sua posição como carro-chefe do varejo, apresentando uma expansão de 10,4% na comparação anual e interrompendo um ciclo de desaceleração que vinha desde o início de 2011. “A Páscoa em abril foi importante para impulsionar os números do mês. Como esperávamos, os números foram bem mais fortes que nos últimos meses”, projeta Goes.
Entre os setores de bens duráveis, as medidas macroprudenciais implementadas pelo governo no final do ano passado vêm reduzindo o ritmo de expansão das vendas, mas ainda assim tem havido uma forte demanda do mercado. “Em relação a março, as vendas subiram 1,7%, em uma espécie de ‘efeito inercial’, por conta dos incessantes lançamentos da indústria”, comenta o consultor.
As expectativas do varejo para este ano são otimistas. “As vendas fecharão o ano com um crescimento acima do PIB, pelo nono ano seguido. Ainda que a expansão não seja tão intensa quanto em 2010, e o governo esteja se empenhando em controlar a inflação, a renda das famílias deverá continuar em expansão e o desemprego ficará estável. Isso trará um bom desempenho para o setor ao longo do ano“, conclui.
Fonte: NewTrade
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