quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Como trabalhar com código de barras?

Por Patrícia Machado e Adriane Castilho

O código de barras funciona como o RG de um produto. Com ele, é possível acessar instantaneamente a descrição das suas características. Essa verificação imediata permite maior controle dos estoques pelo fornecedor e também pela ponta que recebe os produtos, seja no varejo ou na indústria. “O sistema de codificação elimina erros de contagem e permite um controle rigoroso”, diz o pro-fessor Luiz Carlos Di Serio, coordenador do curso de Competitividade e Inovação do Programa de Educação Continuada da Fundação Getulio Vargas (PEC-FGV). “Os códigos fornecem ao empreendedor importantes informações sobre a gestão do seu negócio. Ele checa, por exemplo, como está o nível de seu estoque e até o do comerciante, e quais são os produtos mais vendidos”, diz. O ganho de controle é mais evidente em empresas com portfólio variado e de produtos em série, padronizados.

A imagem do código de barras é uma representação gráfica de uma combinação numérica, o GTIN — Número Global do Item Comercial. Os números identificam o país de origem, o fornecedor e a descrição do produto. Com o GTIN, é possível acessar informações como peso, altura, largura, cor e até as datas de fabricação e de validade de cada item. O fornecedor é quem define as informações que deseja incluir na descrição. A sequência numérica completa é transformada na imagem de barras por meio de softwares específicos.

“Ter um produto codificado é essencial para quem quer comercializar com grandes empresas”, diz Flávia Costa, assessora da GS1 Brasil, associação responsável pelo licenciamento dos códigos de barra no país. “A sequência numérica permite um rápido cadastro das informações vinculadas a ela. Isso traz credibilidade ao fabricante”, afirma. O valor mínimo para empresas associadas adquirirem o GTIN é R$ 509 por ano. A GS1 atua em mais de cem países para disseminar a utilização do sistema e tem 55 mil empresas associadas no Brasil. Confira a seguir exemplos de empresas que adotaram o código de barras para atender clientes de grande porte na indústria e no varejo.



NA LATA
A fabricante de tintas A Tonal mudou para atender melhor a Grendene

A oportunidade de comercializar tintas para calçados destinadas a uma das maiores marcas de sandálias do país, a Grendene, transformou os processos da fábrica de tintas A Tonal. Sediada em Franca, no interior de São Paulo, a empresa reformulou há três anos o sistema de catalogação de seus produtos. As etiquetas simples, que mostravam a cor e a quantidade do produto, foram substituídas pelo código de barras. Para desenvolver o sistema numérico e o software de leitura dos dados, a fábrica de tintas investiu R$ 250 mil. “O código de barras foi uma exigência da própria Grendene. Na época, não pensávamos em adotar esse sistema. O novo processo evita erros na contagem dos produtos. Isso trouxe maior controle da produção e do estoque e deu agilidade no faturamento das peças”, diz Leonardo Maniglia, 47 anos, proprietário da A Tonal. A empresa destina 70% de sua produção para a fabricante de sandálias e fatura R$ 36 milhões por ano. Diariamente, 400 itens são enviados para uma das filiais da Grendene em Sobral, na região noroeste do Ceará. Em cada código de barras, a empresa especifica o número do lote, as datas de fabricação e de validade, a cor do produto e o volume de tinta envasado.

SUBINDO DEGRAUS
A Escadas Segurança conquistou clientes como C&C, Leroy Merlin e Telhanorte

O crescimento das vendas e a parceria firmada em 1999 com a varejista de material de construção Leroy Merlin levaram a Escadas Segurança a adotar o código de barras para seus produtos. A padronização permitiu que os 45 modelos de escadas — como a extensiva, a doméstica e a multiuso — fossem catalogados e descritos por meio de números. Os dados permitem ao varejista conhecer o tipo de madeira que foi usada na escada, qual o seu tamanho e o peso máximo suportado, por exemplo. “Clientes como C&C, Magazine Luiza, Leroy Merlin e Telhanorte exigiam o código para poder comprar os meus produtos. Uma grande empresa não consegue trabalhar sem um sistema de dados fácil, que permita gerenciar o perfil dos produtos e a quantidade de estoque”, afirma o proprietário, Adilson Checchia, 47 anos. A fabricante, que tem sede em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, produz mensalmente três mil escadas, 35% das quais destinadas a grandes varejistas. Com o crescimento das vendas para redes, a Escadas Segurança faturou R$ 1,8 milhão em 2010.

Fonte: GS&MD

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