quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Jovem empresário compra pizzaria e transforma negócio em rede com faturamento de R$ 3,3 mi

Empreendedores transformaram a rede O Pedaço da Pizza em negócio promissor

Foto: Joaquim Floriano
 
Pedro e o amigo de infância compraram a pizzaria que frequentavam
No primeiro mês à frente da rede de pizzarias O Pedaço da Pizza, Pedro Morganti, de 29 anos, comemorou um importante resultado: economizar dez quilos de queijo no preparo das redondas. Essa seria a primeira de uma série de mudanças para transformar uma empresa até então estagnada em rede de franquias lucrativa e com potencial para transformar-se em uma das maiores do ramo no País.  

Nos últimos dois anos e meio, ele promoveu cortes de custos e reestruturações para profissionalizar a gestão, criar processos e preparar o terreno para uma expansão acelerada. E os primeiros resultados já aparecem. Lançada em maio de 2011, a franquia O Pedaço da Pizza já tem quatro lojas em São Paulo – outras três são próprias. E a partir de maio, será vendida a outros estados. “Nosso plano é levar o estilo norte-americano de comer pizza para todo o Brasil”, diz Morganti.

É justamente o estilo casual e descolado de vender pizza que tornou-se o diferencial da rede. No mercado desde 1998, a marca foi criada por um empresário que queria solucionar o problema de jovens que, como seus filhos, frequentavam casas noturnas e tinham dificuldade de encontrar um lugar aberto onde comer na madrugada. Por isso, para rivalizar com as redes de fast-food, o local vende pizzas fracionadas e funciona em horário incomum: começa ao meio-dia e vai até o início da manhã. 

Frequentador assíduo do estabelecimento, Morganti investiu na rede, com a ajuda do amigo de infância Danilo Iacovone, no momento que ficou sabendo que o local estava à venda. “Percebemos que era um negócio com grande potencial de crescimento, mas que não estava sendo bem gerido”, explica. Sem nenhuma experiência prévia como empreendedores, eles enfrentaram muitos desafios para profissionalizar o negócio. 

“Comprar uma empresa não é fácil porque você precisa refazer muito trabalho”, afirma Morganti. Um dos principais impasses enfrentados por ele, por exemplo, foi adaptar os funcionários a nova cultura da empresa. “No começo nós escutávamos muito o que eles tinham a dizer porque eles conheciam a operação melhor do que nós”, relembra. “Mas para conquistá-los, tivemos que mostrar que mudanças podem ser boas”, lembra. 

Entre as alterações estava o acréscimo de novos produtos ao cardápio, como calzones, massas e saladas. Um serviço de buffet para festas e eventos também foi incorporado ao portfólio da empresa. O novo cardápio atraiu mais clientes no horário do almoço, período hoje responsável por 40% do faturamento total da rede. Dessa forma, em três anos, o ticket médio da loja subiu de R$13 para R$ 16 e o faturamento cresceu de R$ 2,2 milhões em 2008 para R$ 3,3 milhões em 2011 – alta de 50%.

Com a venda de franquias, o plano é dobrar o número de lojas nos próximos quatro anos e chegar a 50 até 2015. Uma franquia da rede O Pedaço da Pizza custa a partir de R$ 300 mil e tem faturamento estimado em R$ 70 mil. 

Cuidado

Apesar da experiência bem-sucedida de Morganti, comprar uma empresa não é tarefa indicada para iniciantes, afirma o consultor do Sebrae- SP Gustavo Carrer. “É um processo que exige experiência para que o empresário não descubra problemas escondidos depois de o negócio estar fechado.” 

Além da experiência prévia, o candidato a empreendedor precisa avaliar os benefícios da operação, fazer auditoria para identificar eventuais erros e inconsistências nos indicadores de resultados e avaliar o quanto a empresa e seu ramo de atuação são promissores. “É importante ainda falar com consumidores e fornecedores para detectar qual a imagem da empresa no mercado.” 

Já Batista Gigliotti, especialista em compra e venda de empresas, destaca que a aquisição de um negócio traz vantagens, mas é preciso paciência. “O comprador deve entender que existe uma outra cultura no negócio e que é preciso calma e planejamento para fazer a transição.”
 
Fonte: Estadão PME

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