quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A empresária que apostou no brigadeiro antes dele virar febre

Juliana largou o jornalismo para ser empresária
Foto: Divulgação
Na cozinha do sítio da avó, em Franca, interior de São Paulo, Juliana Motter aprendeu as primeiras noções do que viria a ser sua profissão no futuro. Os cuidados de Dona Ignês com o preparo das encomendas ficaram gravados na memória da neta. De toda a produção que ajudava a complementar a renda da família, Juliana gostava mesmo era de ver o preparo dos brigadeiros.

A afinidade com o docinho genuinamente brasileiro ultrapassou a infância. Hoje, ela comanda a Maria Brigadeiro, o primeiro ateliêr do País especializado em versões gourmet da guloseima.

“Voltava do sítio com o leite condensado feito pela minha vó e fazia meus brigadeiros”, relembra a empresária. O resultado das incursões de Juliana à cozinha rendeu a ela o apelido que hoje dá nome à loja, localizada na Zona Oeste de São Paulo.  “Sempre que havia aniversário, dava de presente. Os meus pais eram meio hippies e incentivavam. Ficou como uma marca minha”, conta.

A ligação emocional que criou com o brigadeiro ao longo dos anos extrapolou quando Juliana, já adulta, decidiu abandonar o jornalismo para empreender. “As coisas aconteceram de forma muito orgânica. Foi como um quebra-cabeça que foi se encaixando”, relembra.Depois de ter cursado gastronomia e fazer cursos de capacitação na área de confeitaria, nasceu a Maria Brigadeiro.

O conceito original da loja, inédito ainda tratando-se de brigadeiro, um doce até então condenado às mesas de festas infantis, agradou. No local, é possível encontrar mais de 40 sabores do doce, além de louças e embalagens criativas, que transformam a guloseima em artigo para presentes.

Com o sucesso do empreendimento vieram também os concorrentes. Hoje, as lojas especializadas em brigadeiros já estão presentes em praticamente todas as capitais do País. No entanto, Juliana – precursora do movimento que abriu os olhos da alta gastronomia para o potencial do docinho -, não perdeu mercado. Em sua loja, aproximadamente 5 mil unidades são produzidas diariamente.

Todas elas passam por um rígido controle de qualidade feito por 40 funcionários para assegurar produtos frescos. “Eu fico muito triste quando vejo a desconstrução do conceito do brigadeiro gourmet. Isso não é um benefício. Fazer brigadeiro faz parte da vida de muitas pessoas. Faz parte da minha vida e eu vou honrar o doce. Vou fazer tudo o que eu puder e vou continuar a inovar”, finaliza.
Fonte: Estadão PME - Blog do Empreendedor

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