quarta-feira, 6 de julho de 2011

O que falta para o mobile payment?

Escrito por Ticiana Werneck

Muitas dúvidas ainda rondam a cabeça dos varejistas quando o assunto é mobile payment (pagamento via celular). “E as vantagens desse tipo de pagamento são inúmeras tanto para o estabelecimento como para o consumidor”, frisa Cícero Tortelli, presidente da Freeddom, empresa com foco em tecnologia de soluções nessa área.

A empresa, que anteriormente desenvolveu a plataforma tecnológica do Oi Paggo, tem agora suas atenções voltadas a projetos de pagamento via celular nas grandes redes varejistas, pois acredita que será esse o setor que alavancará a solução no Brasil.

Segundo Tortelli, o Brasil apresenta uma estrutura de meios de pagamentos eletrônicos madura e evoluída, e existe uma necessidade de atender a um grupo de 40 milhões de pessoas sem acesso a rede bancária, porém ávidas por crédito.

Pesquisas apontam que sete em cada dez brasileiros gostariam de pagar contas via celular. “Portanto, o desafio é mostrar aos 203 milhões de brasileiros que possuem celulares que o cartão de crédito pode estar dentro do celular”, afirma.

Os primeiros formatos de mobile payment que surgem no país são operadoras associadas a empresas de tecnologia para oferecer o serviço a seus clientes; instituições financeiras criando parcerias com operadoras para tentar estabelecer um modelo de negócio; e bandeiras de cartão de crédito tentando criar um padrão tecnológico para ser seguida por todos.

A Freeddom aposta em outra vertente: o setor varejista como impulsionador do mobile payment no País. Enquanto os bancos discutem padrões, o varejo tem a independência, o relacionamento direto com os consumidores e a força de mais de 200 milhões de cartões emitidos. A seu favor estão a alta penetração na classe C e D, capilaridade de lojas, cultura da resposta rápida às oportunidades e desafios, forte apelo comercial e alto investimento em publicidade.

No cenário atual estão os bancos de um lado, que enxergam o mobile money como mais um canal que compete com os existentes, e do outro lado estão as operadoras, cada uma com seu modelo de negócio, tentando encaixar o mobile payment como prioridade em seus serviços de valor agregado ao cliente.

Por isso Tortelli acredita que o varejo tem tudo para estimular o mobile payment. Os varejistas podem aumentar suas vendas se permitirem que seus clientes comprem, aceitem ofertas e recebam promoções em seus celulares. Ao contrário da internet que permite a compra sem sair de casa, a mobilidade no aparelho celular é um excelente canal para atrair clientes para dentro das suas lojas.

Inclusive para as redes varejistas que não possuem private label. A empresa oferece uma plataforma de crédito sem os custos com a emissão do cartão de plástico, além de contar com todas as vantagens agregadas ao celular, como mobilidade, praticidade e segurança. Ao varejo, que já possui cartão próprio, a solução é conectar a versão mobile ao produto já existente e assim disponibilizar a alternativa do cartão para funcionar também por meio do celular.

Guilherme Messiano, gerente de novos negócios da Freeddom, destaca a importância dos produtos para os varejistas. “O varejo, que insere o private label no celular passa a oferecer produtos como o recarga remota de celular e aposta em loteria, como uma fonte de renda extra. Além disso, elimina o problema do consumidor não estar com o cartão no momento da compra. Com o cartão no celular, o varejista ganha com novas transações e o consumidor em praticidade”, explica o executivo.

No momento, a Freeddom está envolvida em um projeto piloto com um grande varejista brasileiro, ainda não divulgado. “Vai ao ar no segundo semestre e as expectativas são as melhores possíveis”, adianta Tortelli.

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