Por Thomaz Gomes
Não são poucas as ideias de empresas que surgem a partir de uma necessidade pessoal do empreendedor. No caso do mercado de bebês e gestantes não é diferente. Junto com noites mal dormidas, trocas de fraldas e visitas ao pediatra, a chegada do novo membro da família muitas vezes desperta o espírito empreendedor das mães, que criam modelos de negócio capazes de satisfazer suas necessidades. Há ainda quem, sem nunca ter pego um bebê no colo, decida apostar as fichas nesse segmento, que movimentou R$ 12,3 bilhões no Brasil em 2010. Até 2015, estima-se que esse número deva chegar a R$ 21,2 bilhões, de acordo com o último levantamento da consultoria Euromonitor. Das compras coletivas às fraldas de pano, conheça aqui alguns modelos com boas chances de crescimento.
1. PAPINHAS ORGÂNICAS
Enquanto curtia a licença-maternidade ao lado da filha Gabriela, a professora Maria Fernanda Thomé de Rizzo, 32 anos, aproveitava o tempo livre para criar papinhas com produtos orgânicos. O sucesso das suas receitas foi tão grande que amigos e parentes começaram a fazer encomendas. Inspirada em modelos europeus, ela lançou o Empório da Papinha, junto com a sócia Sonia de Azevedo, 50 anos. Criada em 2009, a empresa já alcançou uma produção média de 7500 unidades por mês. As sócias criaram uma estratégia de crescimento baseada no licenciamento da marca: até o fim do ano, devem inaugurar mais cinco lojas em Salvador, Rio de Janeiro, Piracicaba (SP) e Santo André (SP), além de mais uma unidade na capital paulista. “O objetivo é atingir a meta de 20 mil unidades por mês até o fim de 2011”, diz Maria Fernanda.
EMPÓRIO DA PAPINHA | www.emporiodapapinha.com.br
Faturamento: R$ 420 mil (anual)
Investimento médio: R$ 120 mil
Número de funcionários: 7 (vendedoras e produção)
2. COMPRAS COLETIVAS
Viciadas em sites de compras coletivas, Roberta Bayeux, 34 anos, e Andressa Hendler, 33 anos, abriram o Bebeboom no fim de 2010, durante a primeira gestação de Andressa. Em uma pesquisa de mercado, as sócias detectaram um público potencial de 680 mil mulheres, apenas na cidade de São Paulo. “A grávida tem um nível de exigência muito alto. Por isso, apostamos em qualidade”, diz Roberta. Em apenas dois meses, o site de compras coletivas atingiu o ponto de equilíbrio Roberta relaciona o sucesso à grande procura por produtos e serviços de qualidade focados em gestantes, como vestuário, tratamento estético e books de fotografia.
BEBEBOOM | www.bebeboom.com.br
Faturamento: R$ 1 milhão (estimado para 2011)
Investimento médio: R$ 100 mil
Número de funcionários: 6 (TI, marketing, financeiro, comercial e SAC)
3. E-COMMERCE SEGMENTADO
Atuar no mercado brasileiro era um sonho antigo dos americanos Davis Smith, 33 anos, e Kimball Spencer, 32 anos. Em uma conversa com um amigo que havia visitado o Rio de Janeiro, Davis descobriu que alguns modelos de fralda, além de caros, eram difíceis de ser encontrados no país. Partindo dessa demanda, a dupla se estabeleceu no Brasil em setembro do ano passado e criou o Baby.com.br, uma plataforma de e-commerce que oferece todo tipo de produto para bebês. A ideia é entregar itens de grandes marcas no Brasil inteiro, com frete gratuito para compras a partir de R$ 75. Para atingir a meta de se tornar o maior varejo eletrônico do segmento, os empresários levantaram R$ 7 milhões em fundos no Brasil e nos EUA, por meio da Monashees Capital, Tiger Global e Ron Conway. “O Brasil oferece oportunidades incríveis. São diversos centros urbanos para explorar, com grande penetração da internet”, diz Davis.
BABY.COM.BR | www.baby.com.br
Faturamento: não divulgado
Investimento médio: não divulgado
Número de funcionários: 30 (atendimento ao cliente, website, finanças, gestão e marketing)
4. FRALDAS DE PANO
Pais orgulhosos de Violeta e Micah, os sócios Ana Paula Silva, 28 anos, e Cláudio Spinola, 35 anos, sempre foram entusiastas de causas ambientais. Preocupados com o impacto ecológico causado pelas fraldas descartáveis, passaram a produzir modelos de pano para consumo próprio. A necessidade pessoal revelou-se uma oportunidade, o que levou Cláudio a pesquisar alternativas para produzir em grande escala. “Descobrimos novas tecnologias utilizadas na Europa e na Ásia, como tecidos híbridos de algodão e garrafa PET.” Com uma média de 200 unidades vendidas por mês, a um preço médio de R$ 35, as fraldas de pano consolidaram-se como o carro-chefe da empresa, que complementa a receita com outros produtos naturais, como slings e absorventes ecológicos. “Estamos investindo em marketing e logística, para poder atender outros estados e trabalhar em parceria com grandes redes e lojas de bebês.”
MORADA DA FLORESTA | www.fraldasecologicas.art.br
Faturamento: R$ 180 mil (anual)
Investimento médio: R$ 100 mil
Número de funcionários: 10 (administrativo, produção, marketing, TI, e vendas)
5. ROUPAS SUSTENTÁVEIS
Adepta do conceito de maternidade natural, em harmonia com a natureza, a psicóloga Carolina Pombo, 29 anos, iniciou um blog sobre o tema em 2009. O aumento de visitas levou à detecção de uma comunidade de mães com o mesmo perfil. De olho nesse público, com o marido Marcelo, 30 anos, e a sócia Melissa Mardsen, 30 anos, lançou em junho o What Mommy Needs, uma loja virtual de moda para bebês e gestantes que oferece peças de tecido PET e algodão orgânico. “Fomos à Europa para identificar modelos de negócio em países com uma cultura de sustentabilidade mais enraizada”, diz Carolina. O portal já contabiliza 30 mil visitantes mensais. Para 2012, está prevista a abertura de uma unidade física.
WHAT MOMMY NEEDS | www.whatmommyneeds.com.br
Faturamento: R$ 20 mil (mensal)
Investimento médio: R$ 20 mil
Número de funcionários: 4 (marketing, vendas, gestão, tecnologia)
Fonte: PEGN
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