segunda-feira, 12 de março de 2012

Dono do China in Box aprendeu dicas do negócio lavando pratos

O sonho de ter o próprio negócio inspirou Shiba a buscar inovação para a época, o consumo de comida pronta
 
Foto: Divulgação
Robinson Shiba, idealizador do China in Box
Lavar pratos e entregar pizzas nos Estados Unidos deu ao empresário Robinson Shiba a visão do negócio que hoje, após 24 anos, se tornou a maior rede de fast food chinesa do Brasil. A China in Box possui mais de 150 lojas espalhadas por todo o território nacional.

Shiba morou durante um ano no exterior para estudar odontologia, mas foi no trabalho em restaurantes que ele percebeu uma tendência que logo chegaria ao Brasil: o consumo de comida pronta.

Além disso, as mulheres norte-americanas já estavam muito integradas no mercado de trabalho, algo que começava a acontecer no Brasil. “Fiz uma pesquisa informal com mulheres do meu círculo de amizades e notei que nenhuma delas queria ficar em casa e fazer serviços domésticos”, afirma.

Ao perceber o sucesso que as redes de fast food com entrega em domicílio faziam nos Estados Unidos, o empresário decidiu repetir o modelo por aqui. Enquanto esteve por lá, observou todos os processos. Desde a produção até a entrega, e idealizou como faria melhorias.

Um diferencial importante para que o negócio desse certo no Brasil foi o tipo de comida oferecida, a chinesa, mesmo Shiba sendo de origem japonesa. “Não havia delivery de comida chinesa no Brasil. Além disso, ela tem boa aceitação entre os brasileiros”, declara.

Quando voltou para o Brasil, em 1988, o empresário ainda passou mais quatro anos estudando e pesquisando a melhor forma de implantar o seu modelo de negócio.
Foi no bairro de Moema, na Zona Sul da capital paulista, que Shiba abriu a primeira unidade do China in Box. “Escolhi a região por ser um bairro vertical. Como faria entregas em domicílio, tinha de atingir o maior número de pessoas no menor espaço.”

 

Modelo implantado com melhorias

Mesmo atuando em áreas operacionais nos Estados Unidos, o empreendedor nunca deixou de prestar atenção na rotina dos restaurantes, principalmente em questões que poderiam ser melhoradas.

A higiene da cozinha e dos alimentos, por exemplo, foi um dos problemas que Shiba identificou onde trabalhou nos EUA. “A forma que encontrei para solucionar foi deixar a cozinha à mostra para meus clientes."

As cozinhas das unidades China in Box ficam separadas da área de atendimentos por um vidro, mas os consumidores podem observar todo o processo de preparação de seus pedidos, a higiene do local e até dos próprios funcionários que manuseiam os alimentos.

Para quem deseja empreender, mas ainda está dentro de uma empresa privada, o empresário recomenda buscar o máximo de informações sobre todas as áreas do seu local de trabalho. Estes dados podem dar ao futuro empreendedor uma boa noção de como funciona um negócio. “É importante conhecer a política de RH, plano de carreira, ter bom relacionamento pessoal e até saber o quanto a empresa investe”, diz.

 

Inspiração para negócio veio do pai

Shiba conta que sempre sonhou em ter o próprio negócio. O exemplo vinha do pai, que, além de atuar como dentista, administrava a loja de materiais de construção da família. “Ele conciliava as duas funções. Caso o consultório sofresse uma baixa, não ficaríamos sem renda. Queria o mesmo para mim”, diz.

Com um objetivo em mente, o empresário manteve-se atento às oportunidades que surgiam. Com o sucesso do negócio, apareceram vários pedidos para transformá-lo em franquia. Shiba contratou uma consultoria e, em 2000, aderiu ao modelo e expandiu a rede.

O empresário também tornou-se sócio de um restaurante japonês, o Gendai. Em 2007, a administração da marca foi incorporada a do China in Box, o que deu origem ao grupo Trendfoods, do qual Shiba é o presidente.


Fonte: UOL Economia

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