O sonho de ter o próprio negócio inspirou Shiba a buscar inovação para a época, o consumo de comida pronta
Foto: Divulgação
Robinson Shiba, idealizador do China in Box |
Lavar pratos e entregar pizzas nos Estados Unidos deu ao empresário
Robinson Shiba a visão do negócio que hoje, após 24 anos, se tornou a
maior rede de fast food chinesa do Brasil. A China in Box possui mais de
150 lojas espalhadas por todo o território nacional.
Shiba morou durante um ano no exterior para estudar odontologia, mas
foi no trabalho em restaurantes que ele percebeu uma tendência que logo
chegaria ao Brasil: o consumo de comida pronta.
Além disso, as mulheres norte-americanas já estavam muito integradas no
mercado de trabalho, algo que começava a acontecer no Brasil. “Fiz uma
pesquisa informal com mulheres do meu círculo de amizades e notei que
nenhuma delas queria ficar em casa e fazer serviços domésticos”, afirma.
Ao perceber o sucesso que as redes de fast food com entrega em
domicílio faziam nos Estados Unidos, o empresário decidiu repetir o
modelo por aqui. Enquanto esteve por lá, observou todos os processos.
Desde a produção até a entrega, e idealizou como faria melhorias.
Um diferencial importante para que o negócio desse certo no Brasil foi o
tipo de comida oferecida, a chinesa, mesmo Shiba sendo de origem
japonesa. “Não havia delivery de comida chinesa no Brasil. Além disso,
ela tem boa aceitação entre os brasileiros”, declara.
Quando voltou para o Brasil, em 1988, o empresário ainda passou mais
quatro anos estudando e pesquisando a melhor forma de implantar o seu
modelo de negócio.
Foi no bairro de Moema, na Zona Sul da capital paulista, que Shiba
abriu a primeira unidade do China in Box. “Escolhi a região por ser um
bairro vertical. Como faria entregas em domicílio, tinha de atingir o
maior número de pessoas no menor espaço.”
Modelo implantado com melhorias
Mesmo atuando em áreas operacionais nos Estados Unidos, o empreendedor
nunca deixou de prestar atenção na rotina dos restaurantes,
principalmente em questões que poderiam ser melhoradas.
A higiene da cozinha e dos alimentos, por exemplo, foi um dos problemas
que Shiba identificou onde trabalhou nos EUA. “A forma que encontrei
para solucionar foi deixar a cozinha à mostra para meus clientes."
As cozinhas das unidades China in Box ficam separadas da área de
atendimentos por um vidro, mas os consumidores podem observar todo o
processo de preparação de seus pedidos, a higiene do local e até dos
próprios funcionários que manuseiam os alimentos.
Para quem deseja empreender, mas ainda está dentro de uma empresa
privada, o empresário recomenda buscar o máximo de informações sobre
todas as áreas do seu local de trabalho. Estes dados podem dar ao futuro
empreendedor uma boa noção de como funciona um negócio. “É importante
conhecer a política de RH, plano de carreira, ter bom relacionamento
pessoal e até saber o quanto a empresa investe”, diz.
Inspiração para negócio veio do pai
Shiba conta que sempre sonhou em ter o próprio negócio. O exemplo vinha
do pai, que, além de atuar como dentista, administrava a loja de
materiais de construção da família. “Ele conciliava as duas funções.
Caso o consultório sofresse uma baixa, não ficaríamos sem renda. Queria o
mesmo para mim”, diz.
Com um objetivo em mente, o empresário manteve-se atento às
oportunidades que surgiam. Com o sucesso do negócio, apareceram vários
pedidos para transformá-lo em franquia. Shiba contratou uma consultoria
e, em 2000, aderiu ao modelo e expandiu a rede.
O empresário também tornou-se sócio de um restaurante japonês, o
Gendai. Em 2007, a administração da marca foi incorporada a do China in
Box, o que deu origem ao grupo Trendfoods, do qual Shiba é o presidente.
Fonte: UOL Economia
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